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4 de julho de 2010

Breve resumo do livro "A MÍDIA E A MODERNIDADE - Uma teoria social da mídia"

John B. Thompson destaca em seu livro A Mídia e a Modernidade uma teoria interessante: a Teoria Social – criada para analisar o impacto social dos meios de comunicação na sociedade. Para o autor, a produção e a interação de conhecimentos e de conteúdo simbólico fazem parte da sociedade desde os tempos remotos. Claro que a necessidade do ser humano de se comunicar sempre existiu, e isso não é nenhuma novidade. Nas civilizações primitivas as formas de comunicação poderiam ser tanto oral quanto por demonstrações simbólicas. Evidentemente a palavra desempenhava um papel fundamental nessa época, pois a comunicação era restrita, visto que o conhecimento e a difusão de informações eram limitados em termos geográficos, isso porque a interação face a face era a que predominava entre as pessoas naqueles tempos.
Mas no século XV, com o nascimento da escrita e, posteriormente, da impressão, essa restrição geográfica foi erradicada pelo desenvolvimento comunicacional que prometia trazer mudanças. E não deu outra: as técnicas de impressão permitiram a possibilidade de propagação de palavras escritas, notícias, conhecimentos e infinitas informações fazendo com que os indivíduos pudessem interagir não só com a interação face a face, mas também com a palavra escrita.
A sociedade já começava a sentir as transformações no modo de se comunicar a partir do desenvolvimento dos meios de comunicação. A análise central do livro de Thompson é justamente essa: como a mídia modificou a interação entre os indivíduos? Qual é o papel da mídia na formação das sociedades modernas? E quais são os principais impactos sociais e conseqüências que os meios de comunicação trouxeram para a sociedade?
Thompson distingue três formas de interação: a face a face (que seria a forma tradicional dos indivíduos de se interagir), a mediada (ou seja, as pessoas conseguem se comunicar por um meio de comunicação, por exemplo, o telefone) e a quase mediada (isto é, os indivíduos apenas recebem as informações dos meios massivos – como livros, televisão e rádio – não tendo como interagir. É como se os meios tivessem apenas uma direção e fossem desprovidos de reciprocidade).
De acordo com o autor, a relação entre o espaço e o tempo também sofrem mudanças, devido à possibilidade de distanciamento. Isso significa que a informação não é mais limitada como antigamente, pois qualquer evento ou notícias podem ser gravadas e exibidas para quem está longe de determinado lugar em que os fatos acontecem.

“Todas as formas de comunicação implicam um certo grau de distanciamento espaço temporal, certo grau de deslocamento no tempo e no espaço. Mas a extensão deste deslocamento varia grandemente, dependendo das circunstâncias de comunicação e de tipo de meio técnico empregado”. (THOMPSON, p. 28).


Larissa Araújo.®

3 de julho de 2010

Conversa com Thompson

 Foto: René Cabrales
É com grande alegria que trago hoje para vocês uma conversa (via email) que tive com o sociólogo John B. Thompson. Infelizmente, por não dominar a língua inglesa, não pude escrever um texto longo. No recado, disse que gostava muito de seus livros A mídia e a Modernidade – Uma teoria social da mídia e O Escândalo Político: poder e visibilidade na era da mídia. Ressaltei também que esse último livro serviu de inspiração para desenvolver minha monografia (O Caso Arruda: um estudo da cobertura jornalística do escândalo político pelo Diário da Manhã e O Popular).
Thompson nasceu em Miniapolis (Estados Unidos), mas, desde 1970, aos 51 anos, ele mora na Inglaterra e leciona sociologia na Universidade de Cambridge. Ele ganhou o prêmio Amalfi – um dos mais importantes na área de Ciências Sociais na Europa. É indescritível a felicidade que senti ao ler o recado de um dos teóricos mais the best da atualidade.
Eis a mensagem do email (Ah, caso vocês queiram também mandar um recado para ele o email é: jbt1000@cam.ac.uk)

Dear Larissa,

Many thanks for your kind note - I hope you won't mind if I reply in English. I'm very pleased to hear from you, and glad to know that you found my books of some interest. I wish you success in your studies and in whatever further work and research you go on to do.

All the best

John

Tradução:

Querida Larissa,

Muito obrigado por seus apontamentos - Eu espero que você não se aborreça por responder em inglês. Estou muito satisfeito de ouvir isso de você, e contente em saber que você encontrou em meus livros algum interesse. Eu desejo sucesso em seus estudos e ( in whatever further work and research you go on to do.). Essa frase eu não entendi. Pode ser algo assim: e também nas futuras pesquisas e trabalhos que venham a publicar no futuro. Ou seja, ele fala que eu posso virar uma pesquisadora importante.

Tudo de bom


Larissa Araújo.®

20 de junho de 2010

Apresentação bem-sucedida

Não vou mentir para os senhores: depois dessa monografia tudo o que mais queria era descanso. Posso lhe garantir que descansei muito. Até demais. A nota suada se resumiu 9,3. No entanto, antes de saber o resultado, eu passei mal o dia todo. Fiquei ansiosíssima. Respirei fundo na hora da apresentação e pensei: ué, eu preciso conseguir, porque minha energia está toda nas 80 páginas e mais 60 de anexos - que por sinal deu muito trabalho, pois fiz a clipagem dos 10 dias analisados de cada jornal (Diário da Manhã e O Popular). E assim foi... Sobrevivi. Me considero uma garota de sorte, pois os elogios da banca foram incentivadores. Bom, vou tentar descobrir como fazer para anexar minha monografia nesse post. Se eu conseguir será ótimo. Se não, vou tentar publicá-la num site próprio para divulgação de monografias.

Bye

Larissa Araújo.®

5 de junho de 2010

ESTUDAR

Bom, a partir de hoje esse é meu lema: estudar mais para ser mais. Finalmente terminei a monografia. Terça-feira irei apresentá-la. Claro, sinto um friozinho na barriga. Mas penso que o alívio é maior que o friozinho. Alívio de ter acabado logo com isso. Uma responsabilidade a menos. Não estou brincando de estudar. Nos próximos textos quero tratar mais de teorias e assuntos que podem cair no mestrado. Espero sua participação com comentários e sugestões.

Au revoir


Larissa Araújo.®

PODER REPRESENTATIVO

Os cidadãos da Grécia Antiga inspiraram a democracia atual, ou seja, com uma tomada de decisões por meio do voto. Entre os povos gregos, a democracia, palavra formada pelos termos demos (povo) e kratia (governo), surgiu inicialmente de forma direta, isto é, a participação dos integrantes era imediata em questão da escolha dos caminhos administrativos adequados à maioria dos integrantes da sociedade grega que dispunham do direito à participação. Não era um regime para todos, mas apenas para aqueles que obtinham algum poder sobre a decisão da sociedade grega.

A democracia é fruto de uma coletividade, sendo forma de governo que a deusa Atena pregava com convicção, de acordo com relatos mitológicos pré-existentes. Tendo a política – prática fundada na lei e no direito - como instrumento para a construção do bem comum, os gregos elaboraram uma tolerante rede de mecanismos para tomar decisões e viver bem.

A democracia direta se desenvolvia nas praças e contava com a participação limitada de moradores das cidades-estados. Dessa forma, mulheres, escravos, plebeus e estrangeiros eram impedidos de se integrarem nessa remota forma de democracia. Paulo Bonavides (p.323, 1992) afirma que na Grécia Antiga o povo se reunia na Ágora para o “exercício imediato e direto do poder político”. Através destas reuniões, portanto, o povo de Atenas declarava pessoalmente a guerra, selecionava funcionários públicos, julgava crimes e decidia as questões mais problemáticas da comunidade. Enfim, escolhia o melhor para todos sem que houvesse qualquer forma de representação.

Apesar de ser um exemplo para as democracias modernas, tal forma de governo foi desprezada na antiguidade, notadamente pelos romanos e povos dominados por imperadores. Da mesma forma, a Idade Média irá privilegiar as formas autoritárias de governo, originadas na expressão da força e da violência aliada aos dogmas religiosos. É a democracia clássica, retomada pelos pensadores iluministas, que despertará o novo interesse da sociedade numa forma de governo que representa, de fato, a decisão da maioria e não mais o que deseja um rei ou outros representantes de Deus na terra.

Os conceitos democráticos da antiguidade ganham força no período moderno, mas com a atualização de seus instrumentos de realização e aplicabilidade. Dessa forma, o pensamento liberal, que prega o fim das monarquias, a divisão dos poderes, o direito ao voto, a defesa dos direitos individuais e a soberania popular são colocados em práticas.

Tal assertiva é tão real e presente que o primeiro artigo da Constituição da República Federativa do Brasil, inspirada nos ideais iluministas e demais cartas magnas, prega a soberania do povo: "Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição".

A Lei Maior do Brasil, portanto, se fundamenta como instrumento de democracia, tornando claro o formato do modelo brasileiro: representativo (ou indireto) e direto. José Afonso da Silva afirma que a democracia é um regime de garantia geral para a realização dos direitos fundamentais do homem (p. 117, 1990), não importando qual instrumento seja utilizado – se democracia direta ou representativa. Em que pese ser esta a grande vertente de debates no campo do direito, a discussão mais ampla sobre as formas de democracia seria ato de escolher o outro para decidir por nós, ou seja, o da representação. É explícito no conceito de democracia representativa a separação entre governantes e governados, tendo a votação o poder de selecionar na sociedade as pessoas que representarão nossos interesses.

Portanto, o conceito de democracia representativa seria a relação das significações de política e soberania popular, que seria o poder, nesse caso, de se autodeterminar sem pedir permissão a alguém ou entidade ‘superior’ – sendo ele um rei ou líder espiritual. A regra no jogo democrático e político moderno é a representatividade, que se faz por meio de escolhas regulares de dirigentes e agentes públicos que nos representarão ao tomar contato com os bens públicos.

Se não existe restrição ao exercício da democracia popular, é importante notar que a construção legal privilegia parlamentares, magistrados e administradores com o poder. Então, eles passam a decidir por nós assuntos que antes eram debatidos na Ágora. As assembleias, antes variáveis e inconstantes, tornaram-se fixas, criando uma classe especial de representantes: os políticos profissionais. Percebe-se que no atual estágio do sistema democrático, outrora fundado na antiga Grécia e desenvolvido na modernidade sob grandes revoluções burguesas, recompensamos essa classe de homens que agora passa a ser selecionado pelo voto para ter a competência de decidir para e pela sociedade.

Larissa Araújo.®

18 de abril de 2010

O que é Política?

O termo política pode ser considerado como um dos mais amplos e complexos. O motivo principal para essa complexidade pode estar em sua aplicação concreta da denominação entre as comunidades e os estados, tanto na antiguidade quanto no mundo moderno. Essa palavra é uma expressão que guarda sentido com as práticas e comportamentos sociais gregos.

A palavra ‘política’ nasce do grego antigo πολιτεία (politeía) e adquire na modernidade significado para as atividades político-partidárias, fazendo com que grupos fiquem no poder, ou para ações dos governos, a expressão, neste caso, é mais voltada para o sentido da prática de políticas públicas. Essas duas vertentes de definição se separam: um diz respeito às atividades de conquista do poder; o outro trata da ação voltada ao bem social. No nosso cotidiano atual é possível observar com regularidade o convívio dessas duas formas de conduta humana.


Na Grécia antiga, os procedimentos relativos à pólis, termo que significava cidade-estado, se concentravam na prática social do debate a cerca de temas comuns como a aplicação de recursos ou o julgamento de criminosos. Em uma narrativa mitológica, no final de Oréstia, de autoria de Ésquilo (525 a. – 456 a.C), a deusa Atena diz que os cidadãos de Atenas devem prestar atenção nas leis para realizar o julgamento de um homicídio. No rochedo Areópago, a deusa dizia que todos mantenham a pureza das leis e a forma de governo por eles escolhida, combatendo a anarquia e a violência.

A expressão ‘política’ adquire visibilidade social na medida em que passa a ser um mecanismo de controle de ações públicas e uma força capaz de dar movimento as instituições. Nesse sentido, a política instituiu práticas de administração da sociedade grega sem o uso manifesto da violência. Platão é autor da obra "Πολιτεία" (Politeía), que se tornara conhecida pelo nome de A República, mas é a filosofia que segue ao seu legado a responsável por delimitar as práticas políticas em enquadramentos morais e éticos.

Aristóteles demonstra preocupação com esses comportamentos do homem em seu livro A Política. Nessa obra, ele se preocupa com a ordem moral das ações sociais. Esse sentido de política está relacionado com o fator moral, ocasionando o fim imediato da cidade-estado a ação de virtude: “Quando lemos os filósofos antigos, particularmente Platão e Aristóteles, podemos observar que a política é definida como uma forma superior de vida – a vida justa, segundo Platão; a boa e bela, segundo Aristóteles” (CHAUÍ, 2007, p. 29).

A compreensão antiga de política, de acordo com o pensamento de Aristóteles (principalmente), está diretamente ligada com a justiça, trazendo, dessa forma, novos frutos e novidades para os comportamentos humanos de outros tempos. No passado, anterior à filosofia grega, as coisas se decidiam nas guerras e conflitos entre clãs, tribos e conviventes. Tanto Platão quanto Aristóteles direcionavam seus entendimentos a partir da definição de justiça, sendo a política justa ou injusta conforme o respeito à determinada regra de conduta.

Para Platão a política seria justa quando algum sábio obtinha o poder e governava, tendo como seus submissos a força econômica da sociedade e os militares. Já Aristóteles tem uma outra visão: de que somente na divisão de classes seria uma das saídas para definição de justiça. Conforme Marilena Chauí, ele aceita as diferenças sociais entre pobres e ricos, mas apresenta uma fórmula tradicional de nossos tempos que cabe à política, ou seja, por meio da justiça conseguir igualar os desiguais, expressão bastante comum em debates públicos.

Esse conceito de política como uma ferramenta de justiça progrediu por quase dois mil anos, tendo os pensadores da Idade Média desenvolvido uma inspiração contribuinte sobre as ideias de Aristóteles. A teologia de São Paulo aplica na prática diária o conhecimento de que todo poder vem do cima ou do alto, sendo Deus a inspiração maior dos governantes. “Representante de Deus na Terra, o governante é consagrado e coroado pelo Papa, que confirma sua graça divina e assegura tratar-se do filho da justiça e pai da lei, aquele que tem a lei em seu peito” (CHAUI, 2007, p. 29).

Tais concepções humanitárias e religiosas da política e de seu encontro com a justiça, entretanto, sofrem forte golpe a partir das reflexões que se seguiram. Moral e ética deixam de ser paradigmas para uma vida justa e a política passa a ser oficialmente uma estratégia.

Apesar de inspirada na moral, a política se diferencia desta categoria de comportamento na modernidade, pois está voltada para o coletivo – sendo a moral um instrumento pessoal e individual. Nesse quesito, seu debate deixa de ser moral e avança para o que é legal. Conforme Chauí, a política é inventada quando vem à tona o poder público – e este surge com a lei e o direito.


Larissa Araújo.®

13 de abril de 2010

Newsmaking

Trata-se de teoria bastante presente nas discussões a cerca da rotina de produção do jornalismo. A partir da interação constante das pessoas especializadas em co­municação (jornalistas, editores, fotógrafos, etc.) surge a notícia. Abandona-se a Teoria do Espelho para entender que, de fato, o jornalismo ajuda a construir a realidade, não sendo mero reprodutor dessa realidade.
Tal atividade deixa de ser encarada como passiva e torna-se ponto de partida para transformação do cotidiano. A Teoria do Newsmaking avalia uma série de critérios: valores-notícias, grau de noticiabilidade, relações pessoais dentro da organização (empresa que fabrica a notícia), rotinas de produção da reportagem, dentre outras.
Dentro desta avaliação, busca-se entender a cultura profissional do jornalista, a organização do trabalho e os processos produtivos dentro da empresa de uma comunicação. Tal teoria avalia, portanto, em que grau de aparelhamento se avalia a noticiabilidade e o valor-notícia de um evento – um acidente, um jogo de futebol, uma denúncia de corrupção, uma catástrofe natural, um atentado terrorista, etc. Assim, quanto mais inédito, fantástico e diferente o fato social, maior a probabilidade dele se transformar em notícia.

Larissa Araújo.®

5 de março de 2010

Viagem

Bom dia, intelectuais. Trago hoje para vocês um link de um blog que relata sobre minha viagem a Buenos Aires. Claro que essa foi minha primeira viagem internacional. Mas eu garanto: daqui alguns anos eu vou para ROMA. E no meu outro blog sobre mitologia (http://www.mithosclassicos.blogspot.com/) contarei detalhe por detalhe sobre a cidade.

Aí vai o link: http://www.viagensbordo.blogspot.com/
Ps.: Espero que se divirtam e deixem comentários.


Larissa Araújo.®

8 de fevereiro de 2010

Democracia

Os cidadãos da Grécia Antiga desenvolveram as bases que inspiram a democracia moderna, sistema de atuação política que privilegiava a tomada de decisões por meio do voto. Dentre os gregos, a democracia, palavra formada pelos termos demos (povo) e kratia (governo), se originou inicialmente de forma direta, tendo a participação imediata dos integrantes da sociedade na escolha dos caminhos administrativos adequados à maioria dos integrantes da sociedade grega que dispunham do direito à participação. Não era um regime para todos, mas apenas para aqueles que detinham parcela do poder de decisão da sociedade grega.


É a democracia, portanto, fruto de uma coletividade, sendo a forma de governo que a deusa Atena pregava com incondicional disposição, conforme relatos mitológicos pré-existentes. Tendo a política – prática fundada na lei e no direito - como instrumento para a construção do bem comum, os gregos elaboraram uma tolerante rede de mecanismos para tomar decisões e viver bem.

Larissa Araújo.®

13 de setembro de 2009

Parte X

O que é comunicação para Bateson?

Para o antropólogo Gregory Bateson, a comunicação deve fugir do paradigma linear e desenvolver o modelo circular retroativo, do qual a opinião do receptor é de extrema importância tanto quanto a do emissor.

23 de agosto de 2009

Política e comunicação: relação de amor e ódio


Política e comunicação sempre estiveram entrelaçadas. O filósofo Aristóteles usava a explicação de que “o homem é, por natureza, um animal político”. Isto é, devido sua capacidade de argumentação, aprendizagem, entendimento e comunicação o homem desempenha o papel político através do uso da palavra, ou ato de comunicar. Se naquela época os filósofos já sabiam da importância da comunicação, especialmente na política, foi no século XX que essa relação entre comunicação e política tornou-se marcante. Os veículos de comunicação se modernizaram e a política precisou adaptar com essa transformação.
Atualmente, percebemos que as instituições políticas, quase sempre, pautam a mídia. Entretanto, os campos políticos são alvos de críticas pela própria esfera midiática. Isso porque dentro dos critérios de noticiabilidade a notícia é tudo aquilo que surpreende, que choca, o lado negativo tem muito mais chances de se tornar acontecimento (Rodrigues, 1990). Então, os impressos ou emissoras de tevê passam a usar inúmeros artifícios como grampear telefones, gravar cenas clandestinas, especular a privacidade alheia, tudo isso para obter informações.
As instituições gostam dos escândalos políticos, pois além de dar audiência, estimula a crítica social sobre o exercício do poder e ainda impulsiona a mobilização social através de manifestações, circulação de mensagens de protesto e tantos outros atos públicos (THOMPSON, 2002). Entretanto, autores como Wilson Gomes (1995) alerta que o excesso de denúncias, especulações e boatos transmitidos pela imprensa pode causar descrença e desestimular o público em assuntos políticos.


Larissa Araújo.®

16 de julho de 2009

Abordagem Empírico-Experimental (ou da persuasão) x Abordagem Empírica de Campo (ou dos efeitos limitados)

Diversas pessoas confundem essas duas teorias. Em apenas seis palavras vou distinguir o que significa cada uma. Em seguida explicarei com mais detalhes. Vamos lá:

01) Abordagem Empírico-Experimental (ou da persuasão) > Verifica se ocorre persuasão na mensagem.

02) Abordagem Empírica de Campo (ou dos efeitos limitados) > Analisa se houve influência na mensagem.

Fácil, né?!

Ambas surgiram nos Estados Unidos, em 1940. No entanto, a primeira teoria, que é Abordagem Empírico-Experimental, estuda a mensagem persuasiva entre emissor, mensagem e receptor. Ou seja, para identificar se houve ou não persuasão na mensagem é muito simples: se a informação atingir e tiver reações no público interessado ou não por determinado assunto, significa que a mensagem teve o êxito esperado. Quanto mais o indivíduo acompanhar o fato, mais ele se sentirá interessado em informar-se a respeito. O que acontece na verdade não é a mudança de ponto de vista, mas o reforço de opiniões pré-existentes.
Já a segunda teoria, Abordagem Empírica de Campo, é bem diferente. Pois ela não se preocupa com a manipulação (da teoria hipodérmica) e nem com a persuasão (da teoria empírico-experimental), mas com a influência. Ela investiga como acontece e como são realizados os processos de comunicação de massa na sociedade. Então, não é só o conteúdo que pode influenciar, mas a ferramenta utilizada para fazer a mensagem. Isso quer dizer que não é só a mídia que influência e persuade, mas qualquer outra força social como igreja, família, político e líder de opinião pode reforçar valores. Daí vem o nome efeitos limitados.


Veja a diferença dos modelos dessas teorias:


A.E.EX : E (estímulo) + (processos psicológicos) = R (resposta)

A.E.C : Emissão + Recepção = Efeitos Limitados



Larissa Araújo.®

10 de julho de 2009

Saiba mais sobre Karl Marx

Esse filósofo do vídeo chama-se Paulo Ghiraldelli Jr. Gosto muito da forma como ele explica a filosofia dos principais pensadores.

Escola de Frankfurt

Conheçam os principais pensadores da Escola de Frankfurt.

6 de julho de 2009

Quais são os tipos de políticos?


Imagem: Rui Ricardo

Faltam 15 meses para os brasileiros escolherem quais serão os novos políticos a assumirem os cargos de deputados estaduais, federais, senadores, governadores e presidente da república. Os debates ansiosos sobre as eleições de 2010 adotam um exercício muito comum nessa temporada de politicagem: o da futurologia.
Jantares, almoços e encontros às escondidas sinalizam acordos que serão selados ou desfeitos. Pior: essas reuniões podem significar uma conspiração – onde alguém estará traindo o outro. Comentários que demonstram apoio a determinado candidato deixam várias pessoas em alerta, apostando numa suposta traição.
Os videntes de plantão (que nesse caso são os jornalistas) enxergam apenas 2010 e fazem dos jornais um verdadeiro palco teatral, onde os atores mais competentes são premiados com sua própria visibilidade midiática. Os espaços dos veículos de comunicação como o jornal, a tevê e o rádio se transformam numa espécie de vitrine. É como se a variedade de políticos fosse pendurada em cabides e os eleitores seriam os clientes que escolheriam o produto.
Na verdade nos acostumamos com esse espetáculo. Nós somos a plateia que aplaude ou vaia. O teórico Roger-Gérard Schwartzenberg faz uma análise interessante em seu livro “O Estado Espetáculo”. Ele classifica os políticos em quatro tipos: o “Herói”, “igual a todo mundo”, “líder charmoso” e o “Nosso pai”.
Para o autor o “Herói”, "é o homem excepcional, fadado ao triunfo, e depois à apoteose. O homem das façanhas, do entusiasmo e da glória. Em suma: o ídolo proposto ao culto dos mortais" (1978:11). Às vezes, o político se envolve tanto nesse papel que até esquece quem realmente é, devido à frequência de estar atuando sempre num personagem.
Existe também o tipo “igual a todo mundo”, aquele que se parece com o público, cujo povo identifica imediatamente. Ele é "o campeão da normalidade, super-representativo e nenhuma das coisas corriqueiras lhe permanece alheia” (1978:43).
Outro tipo classificado pelo autor é o do “líder charmoso”. Um homem que "cultiva a superioridade e a distância", mas também consegue se aproximar do povo devido sua simpatia e beleza.
E, por último, o "Nosso pai", aquele que podemos recorrer quando estamos tristes ou angustiados. Schwartzenberg acredita que existem dois tipos de "paizão": "aquele da autoridade paternal-heróica – a do chefe revolucionário ou do fundador da independência nacional, a quem se dá o nome de “pai da revolução”, ou “pai da pátria”, mas que se aproxima do herói – e a autoridade paternal de rotina – a do
sábio, “cheio de vivência e razão”, do “pai tranqüilo”, e próximo do homem ordinário"
(1978:84-86).


O tema política já é inspiração para fazer minha monografia e quem sabe até um mestrado!!!


Larissa Araújo.®

5 de junho de 2009

Parte IX


A Teoria Crítica apresenta uma subteoria denominada Indústria Cultural. Discorra sobre as principais características desta subteoria.


Em meados dos anos 40, o termo Indústria Cultural foi criada por Theodor Adorno (1903-1969) e Max Horkheimer(1895-1973) . As principais características desta subteoria podem ser classificadas da seguinte maneira:
1.A transformação dos bens culturais em meras mercadorias;
2.Filmes, revistas, programas televisivos demonstram uma mesma racionalidade técnica;
3.Cada veículo de comunicação produz seus bens culturais de forma padronizada e uniforme.
Para os pensadores, a Indústria Cultural fornece a sociedade moderna sempre produtos semelhantes que devem satisfazer as inúmeras demandas. Ela estabelece a queda da cultura e da arte. Os bens culturais perdem, então, sua originalidade e passam a se configurarem em diversão, entretenimento ou uma espécie de simulacro do riso, do qual os consumidores atomizados são controlados. Isso acontece porque a Indústria Cultural proporciona aos indivíduos uma abstração e relaxamento do estresse diário.


Obs.: As respostas são corrigidas por professores dessa área.


Larissa Araújo.®