
Durante esse período de ‘sumiço’ estive lendo “Os meios de comunicação como extensões do homem (understanding media)”, obra clássica do teórico Herbert Marshall Mcluhan (1911-1980). Ele foi professor de literatura inglesa do Canadá e de diversas universidades dos Estados Unidos. Era especialista em poesia metafísica inglesa, por isso utiliza palavras metafóricas tão geniais. Atualmente, Mcluhan é um dos teóricos contemporâneos cujas ideias têm provocado grande polêmica intelectual. Suas expressões mais conhecidas são: O meio é a mensagem e Aldeia Global.
Falarei rapidamente sobre essas expressões. Prestem atenção:
O modelo teórico “O meio é a mensagem” não está preocupado com a eficácia técnica da comunicação, mas com os efeitos desse processo na sensibilidade individual e coletiva. Para o autor, a mensagem não é somente um conteúdo, mas uma “massagem psíquica” do qual o conjunto de resultados práticos dos meios de comunicação se manifesta sobre sensações humanas. Mcluhan acredita que, devido à era eletrônica, o ambiente é criado sempre de uma maneira nova. “O “conteúdo” deste novo ambiente é o velho mecanizado da era industrial. O novo ambiente reprocessa o velho tão rapidamente quanto a TV está reprocessando o cinema” (Mcluhan, p.11, 1964). Ele finaliza dizendo: “o conteúdo da TV é o cinema” (idem). Tudo que antes era imperceptível ganha uma nova visão através das máquinas. Então, a natureza (ambiente antigo) passa a ser vista como valores estéticos e como uma forma de arte (ambiente novo). Concluindo: a máquina cria um novo ambiente inspirada num velho ambiente.
Os meios de comunicação estabelecem ações recíprocas de um meio a outro. Fazendo com que o mundo fique eletronicamente interligado, transformando-se em uma “Aldeia Global”. Esse termo também conhecido, significa que o progresso tecnológico consegue reduzir todo o planeta igual a uma aldeia.
Outra coisa que não posso deixar de citar é sobre a “temperatura informacional”. Ou seja, Mcluhan classifica os meios de comunicação em dois: os meios quentes (hot media) e os meios frios (cool media).
Meios quentes (hot media) = Estendem os nossos sentidos (visão, audição) e apresentam informações bem definidas. Então, a imprensa e a fotografia é um meio visual, que contêm muita informação, não exigindo um grande esforço por parte do receptor. Quanto “mais quente, mais informação”. Ex.: livro, jornal, rádio.
Meios frios (cool media) = A quantidades de informações são menores que os meios quentes, por isso exige do receptor maior participação e envolvimento nas mensagens. Isto é, a televisão é um meio frio, diferente do rádio. Pois é possível trabalhar ouvindo rádio, mas não se pode fazer o mesmo quando se vê televisão. Ex.: histórias em quadrinhos, telefone e televisão, que proporcionam informações mal definidas.
Larissa Araújo.®
3 comentários:
Muito interessante este pequeno resumo que escreveu sobre o McLuhan. Na verdade, ele está em voga - depois da internet - por isso mesmo: pela capacidade de antever que a experiência do meio também influi bastante na recepção da mensagem. Veja você que ver tevê na internet não é o mesmo que ver tevê naquela caixa preta que fica na sala. Muda tudo: você pode postar, você vê na hora que deseja, você pode copiar, editar, dar opinião nos comentários, enfim, é algo completamente diferente. Logo, o MEIO É TAMBÉM A MENSAGEM. Parabéns, Larissa!
Muito interessante
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Sou de certeza muito mais velha mas também sou fã do Mcluhan. O meio é mensagem é mesmo assim, transformamo-nos à medida que dispomos de mais meios e connosco a sociedade.
Dizem que é um determinista tecnológico :) não somos todos ? Quem quer passar sem telemóvel - hoje é um salva-vidas !
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